O aguardado projeto da Rota Bioceânica, crucial para a integração comercial do Brasil com países da América do Sul, está finalmente ganhando impulso. Nesta terça-feira (12), o Diário Oficial da União (DOU) publicará o edital de licitação destinado a contratar uma empreiteira para concretizar o acesso que ligará a BR-267 à ponte sobre o Rio Paraguai, localizada em Porto Murtinho.

O edital engloba uma série de iniciativas importantes, incluindo a implantação e pavimentação do acesso à ponte internacional, a construção do Contorno Rodoviário de Porto Murtinho na BR-267 e a criação de um Centro Aduaneiro de Controle de Fronteira. A supervisão dessas atividades ficará sob responsabilidade do Departamento Internacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Embora o valor exato da licitação não tenha sido divulgado no documento oficial, informações obtidas junto à equipe do deputado federal Vander Loubet (PT) indicam que o projeto pode variar entre R$ 400 milhões e R$ 480 milhões. Além disso, já existe uma previsão no orçamento de 2023 da União para alocar pelo menos R$ 100 milhões na primeira etapa dessa obra aguardada com grande expectativa.

O acesso à ponte internacional sobre o Rio Paraguai é um componente fundamental para que o lado brasileiro cumpra plenamente suas obrigações no âmbito do pacto da Rota Bioceânica. Este projeto faz parte da nova edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A ponte internacional em questão, com um custo aproximado de R$ 400 milhões, encontra-se em fase de construção e é financiada pelo lado paraguaio da usina Itaipu Binacional. Adicionalmente, o Paraguai está realizando, em duas etapas, a construção de uma rodovia que atravessará o Chaco, passando pelas cidades de Marechal Estigarribia (no centro do país vizinho) e Pozo Hondo, na fronteira com a Argentina, ao longo do Rio Pilcomayo.

Enquanto os caminhos da Rota Bioceânica na Argentina e no Chile já estão em funcionamento, há um compromisso conjunto entre os países vizinhos de aprimorar a capacidade das rodovias para fortalecer ainda mais essa rota comercial vital.

A saga da obra de acesso à ponte internacional, que levou cinco anos para avançar, representa essencialmente a principal contribuição do governo brasileiro para a concretização da Rota Bioceânica, uma vez que a construção da própria ponte é financiada pelo lado paraguaio da Itaipu.

Embora o projeto tenha sido lançado durante a gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB) em 2018, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o edital não foi publicado, apesar das promessas do então ministro, atualmente governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (PP).

Essa obra de acesso à ponte internacional envolve desafios complexos, incluindo a construção de viadutos que conectam a BR-267 à ponte estaiada atualmente em construção. Com a Rota Bioceânica se tornando uma realidade iminente, a expectativa é que essa iniciativa impulsione o desenvolvimento econômico da região e fortaleça os laços comerciais com os países vizinhos.