Lutador imobiliza pitbulls durante ataque: 'achei que ia morrer'

Ernesto Chaves, 33 anos, foi atacado por dois pitbulls na manhã de domingo (29) enquanto praticava corrida em Ponta Porã (MS).

Ele saiu para treinar e correr pela Rua Jorge Roberto Salomão, na Vila Militar, por volta das 9h30, quando foi surpreendido pelos animais.

O professor explicou ainda que, na região onde ocorreu o ataque, muitas pessoas costumam caminhar.

A polícia investiga o caso. De acordo com a delegada responsável, o tutor dos cães disse que eles estavam em um galpão para fazer a proteção do local.

O professor de Muay Thai Ernesto Chaves, de 33 anos, foi atacado por dois pitbulls enquanto corria na manhã de domingo (29), em Ponta Porã (MS). Ele conseguiu imobilizar os animais após cerca de cinco minutos de luta. A situação foi registrada em vídeo.

“Quando percebi que eles estavam me atacando, eu tentei sair. Sou um cara treinado, da área do Muay Thai, treino Jiu-Jitsu também, já vi algumas coisas de defesa a ataques de cães, mas eu achei que ia morrer, de verdade. Eles são extremamente fortes, achei que não ia aguentar', explicou.

O ataque aconteceu na rua Jorge Roberto Salomão, em Ponta Porã, cidade que fica na fronteira entre Brasil e Paraguai. Ernesto fazia um treino de corrida quando foi surpreendido pelos cães.

Durante o ataque, Ernesto gritou por socorro, mas ninguém se aproximou, com medo dos animais. “Eu sabia que não podia cair. Coloquei os braços na frente de cada cão, mas eles me derrubaram', lembrou.

O professor criticou a atitude do tutor dos cães e se disse revoltado. “Uma que eu poderia ter morrido. Estou cheio de compromissos de trabalho. Eu trabalho com o corpo e não posso trabalhar agora por causa de descuido, mas foi um livramento.'

Após o ataque, o tutor dos pitbulls se apresentou à Polícia Civil. Segundo a delegada Elisângela Cristaldo, ele afirmou que os animais estavam em um galpão para proteger o local e acredita que alguém tenha invadido o espaço e soltado os cães. A Polícia Civil investiga o caso.

Além de responder por omissão de cautela na guarda ou condução animais, o tutor de cães envolvidos no ataque pode ser indiciado pelos crimes de lesão corporal, que tem pena de até 12 anos de reclusão.

Como foi o ataque

Ernesto contou que usava fones de ouvido no momento do ataque e, a princípio, achou que os cães queriam brincar. “Os cães vieram pulando, achei que queriam brincar', disse.

Ao perceber que estava sendo mordido, tentou segurar os animais pelas coleiras, mas foi derrubado. Ele lutou por cerca de cinco minutos até conseguir imobilizá-los. Depois, moradores da região ajudaram a amarrar os cães com cordas. Em seguida, chegaram equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.

Ernesto foi levado ao hospital com vários ferimentos. O professor de artes marciais sofreu uma mordida na perna e quebrou um dedo da mão.

Com 13 anos de experiência em artes marciais, Ernesto contou que a região onde foi atacado é bastante movimentada. O professor também disse que costuma acompanhar vídeos de defesa pessoal e já havia visto orientações sobre ataques de cães.

“Minha esposa caminha ali. Tem uma creche a 200 metros [do local do ataque]. Imagina se pega outra pessoa despreparada, é morte na certa', afirmou.

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